Queratose Seborreica

DESMISTIFICAR A QUERATOSE SEBORREICA: um guia completo.

 

Uma das lesões mais comuns e, muitas vezes, mal compreendida é a queratose seborreica.

Hoje, quero desmistificar esta lesão cutânea explicando de forma clara e simples o que é, por que aparece, como pode ser tratada e, mais importante, como afeta (ou não) a nossa vida diária.

 

1#        O QUE É A QUERATOSE SEBORREICA?

É um tipo de lesão cutânea benigna, ou seja, não cancerígena. Apresenta-se em forma de lesão na pele variando o tom de cor, de castanho claro, escuro ou até mesmo preto. Geralmente, tem uma textura áspera, como se estivesse "colada" na superfície da pele. Embora, possam aparecer em qualquer parte do corpo, é mais frequente que apareçam na cabeça, pescoço e tronco.

 

2#        CAUSAS E FATORES DE RISCO

As evidências sugerem uma combinação de fatores genéticos (herança familiar) e a exposição solar.

Não é contagiosa, nem resultado de má higiene (como pensam algumas pessoas).

 

3#        SINTOMAS E DIAGNÓSTICO

O principal sinal de alerta é o aparecimento destas lesões cutâneas com características diferentes. Podem variar em tamanho, de alguns milímetros a vários centímetros, e embora, geralmente, sejam indolores, podem causar irritação/inflamação se existir fricção, e até mesmo, desconforto estético

O diagnóstico é feito através de um exame físico com apoio do dermatoscópio, e em casos duvidosos, pode ser realizada uma biópsia para confirmar o diagnóstico.

 

4#        A IMPORTÂNCIA DE UM DIAGNÓSTICO CORRETO

Embora a queratose seborreica seja benigna, a sua aparência pode ser facilmente confundida com lesões cutâneas mais graves, como melanomas, carcinomas basocelulares ou carcinomas espinocelulares, que são formas de cancro de pele.

O diagnóstico diferencial é um processo chave em dermatologia que permite distinguir entre vários tipos de lesões cutâneas. 

À primeira vista, algumas queratoses seborreicas podem parecer semelhantes a lesões de maior gravidade. Por isso, é essencial que qualquer tratamento, especialmente os métodos ablativos, que implicam a eliminação ou destruição das lesões, só sejam realizados após um diagnóstico preciso e confirmado por um dermatologista

Os tratamentos ablativos realizados sem um diagnóstico correto, não são só, potencialmente perigosos, como também, podem mascarar ou alterar as características de lesões mais graves, complicando um diagnóstico futuro

 

5#        OPÇÕES DE TRATAMENTO

O tratamento nem sempre é necessário do ponto de vista médico, mas muitas pessoas optam por remover as queratoses seborreicas por razões de conforto ou estéticas

Existem várias opções de tratamento:

  1. Crioterapia: um método rápido que utiliza nitrogênio líquido para congelar e eliminar as lesões.
  2. Curetagem: consiste em raspar a lesão da pele.
  3. Laser CO2 : um método rápido e eficaz no processo de cicatrizaçao e oferece resultados estéticos superiores. 

 

6#        PREVENÇÃO E AUTOCUIDADO

Não existe uma estratégia definitiva para prevenir o aparecimento das queratoses seborreicas, uma vez que, a principal causa é frequentemente genética.

Recomenda-se uma proteção solar adequada e uma rotina regular de cuidado da pele para manter a saúde cutânea geral.

Hidratantes corporais com ureia em baixas concentrações (<10%) podem ser úteis para evitar a proliferação das queratoses seborreicas, embora não eliminem as já existentes.

 

CONCLUSÃO

Um dos aspectos mais cruciais, é a importância de obter um diagnóstico correto, realizado por um dermatologista qualificado. Nunca se deve subestimar a importância da avaliação por parte de um dermatologista.

As queratoses seborreicas são lesões cutâneas muito comuns, e não devem afetar o nosso bem-estar geral. Lembre-se, o cuidado da pele é um aspeto crucial para a sua saúde geral. 

Como dermatologista, tenho o conhecimento e as ferramentas necessárias para realizar um diagnóstico preciso, incluindo o exame clínico detalhado e quando necessário, procedimentos diagnósticos adicionais, como a dermatoscopia ou a biópsia. 



Com afeto e dedicação,

Pedro Vilas Boas